quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Palavra-palavra

Livro-de-cabeceira
Nota-de-rodapé
Canção-de-ninar
Palavra-refúgio
Aroma-do-campo
Vontade-de-ser
Dor-de-cotovelo
Razão-de-viver
Morrer-de-rir
Azul-turquesa
Andar-só
Chorar-de-dor
Sol-sustenido
Bicho-preguiça
Semente-de-girassol
Dente-de-alho
Bobo-da-corte
Dono-de-si
Gota-de-chuva
Voar-pela-janela
Sentir-saudade
Falar-ao-telefone
.
.
.


Ad-Infinitum...

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pêssego

Proust
Só de ouvir a voz de Albertine entrava em
orgasmo. Se diz que:
O olhar de voyeur tem condições de phalo
(possui o que vê).
Mas é pelo tato
Que a fonte de amor se abre.
Apalpar desabrocha o talo.
O tato é mais que ver
É mais que o ouvir
É mais que o cheirar.
É pelo beijo que o amor da carne grita.
E se abre docemente
Como um pêssego de Deus.

Manoel de Barros