domingo, 18 de julho de 2010

Balance

Eu prefiro o preto,
Voce prefere o branco.
Mas ambos gostamos do laranja.

Eu falo.
Voce ouve.
assim conversamos.

Eu te trago o sim
Você me mostra o não.
Ficamos com o talvez.

Eu saboreio o escuro.
Você escolhe a claridade.
Nos vemos na penumbra.

Eu procuro.
Você acha.
A vida nos encontrou.

Será que não pode ser assim?
Será que o mundo é feito de tudo ou nada?
Será possível construir um sonho-real?

Eu sinto muito.
Você pouco demonstra.
Ali na frente vejo paz.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

... ...

Vazio de nada....
Minhas palavras estão vazias.... de mim.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vamo gritá?

Não sei se devo aprender a me calar mais ou a falar mais.... Acho que o silêncio pode ser um grande companheiro de viagem, mas é preciso quebrá-lo de quando em quando. E as vezes é a potência dele mesmo que sobressai perante todos os outros ruídos a nossa volta... Vozes alegres cantando, uma sirene de ambulância la longe, o uivo do vento no topo do morro..... Mas, o silêncio.... o silêncio as vezes é um tapa no ouvido.... ensurdecedor....
Não que ele seja ruim o tempo todo.... Muitas das vezes ele é extremamente precioso.... O problema começa qndo não se quer tal companhia. Como escapar de tal força? Você acorda, e ele está lá. Você vai ao banco, fala com a senhora com olhar vazio e dentes amarelados do caixa, mas ele continua lá. Compra algumas frutas frescas na feira, e ele sempre ao seu lado. Cumprimenta o porteiro do seu prédio que está sempre ouvindo um radinho de pilha, mas ele, o silêncio, abafa a resposta do Severino. "Bom dia, Severino." Em resposta: "blablabla" = silêncio.
E o que mais tem me espantado é que muita gente vive assim porque quer mesmo. A grande maioria das pessoas que carregam esse pesado amigo no bolso, preferem que assim o seja.
Não saberia dizer o porquê, necessariamente. Talvez por medo de não ouvir aquilo que se desejaria ouvir. Talvez o silêncio seja a melhor alternativa para essas pessoas. Nietzsche as chamaria de fracas. Eu não sei dizer que nome lhes caberia. Mas ambos concordamos que calar-se assim é lutar contra sua própria natureza. É lutar contra sua própria força de expressão. Abafar os impulsos é tarefa trabalhosa. E muitas das vezes não vale a pena.
Por isso me atenho a ficar com o silêncio apenas nas horas em que ele é confortável e bem-vindo. Se é pra me arrepender, que seja ao menos por ter sido eu mesmo. Coisa que acontece com muito mais frequencia do que se gostaria. Mas fazer o que, assim é a vida. Assim se caminha pra frente.


Não que ficar parado seja de todo ruim....